Em 8 de janeiro de 2023, manifestantes insatisfeitos com a eleição e posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Em resposta, o Projeto de Lei 2858/22 foi proposto na Câmara dos Deputados, visando conceder anistia aos envolvidos nesses atos. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pautou a discussão do projeto, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira, decidiu transferir o debate para uma comissão especial, alegando a necessidade de uma análise mais aprofundada e equilibrada.
A proposta de anistia gerou divisões no Congresso. Enquanto alguns parlamentares, como o deputado Marcel Van Hattem, defendem a medida e se comprometem a lutar por sua aprovação, outros, especialmente da base governista, se opõem firmemente. O presidente da Câmara, Hugo Motta, reconheceu que o tema é polarizador e afirmou que será tratado com imparcialidade, buscando um consenso entre as diferentes correntes políticas.
A anistia é um instrumento jurídico que já foi utilizado em momentos distintos da história brasileira, como na transição democrática após o regime militar. No entanto, sua aplicação no contexto atual levanta debates sobre moralidade e justiça, especialmente quando comparada a situações passadas em que crimes graves foram perdoados. A discussão sobre conceder ou não anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro reflete as complexidades e desafios da política brasileira contemporânea.